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Guerra comercial. Pequim insta chineses a "avaliarem os riscos" de viajar para os EUA

por RTP
Alex Plavevski - EPA

O Governo chinês emitiu esta quarta-feira um alerta de risco para os turistas chineses que viajem para os Estados Unidos, citando a "deterioração das relações económicas e comerciais sino-americanas".

"Devido à deterioração das relações económicas e comerciais sino-americanas e à situação da segurança interna nos Estados Unidos, o Ministério da Cultura e do Turismo lembra aos turistas chineses que devem avaliar plenamente os riscos de viajar para os Estados Unidos e viajar com cautela", alertou o ministério em comunicado.

O aviso surge numa altura em que se assiste a uma escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter decidido impor tarifas aduaneiras a praticamente todos os países do mundo, com especial ênfase na China, a que aplicou taxas que ascendem a 104%.

Em retaliação, Pequim anunciou esta quarta-feira um aumento de 34% para 84% nas tarifas para os produtos provenientes dos EUA.

Para além disso, o Ministério da Educação de Pequim emitiu um outro aviso, citando uma proposta de lei que está em aprovação pelo parlamento do Ohio e que contém "disposições negativas relacionadas com a China".

Segundo o Governo chinês, a proposta "contém disposições negativas relacionadas com a China e impõe restrições aos intercâmbios educacionais e à cooperação entre universidades chinesas e norte-americanas".

"O Ministério da Educação lembra a todos os estudantes estrangeiros que devem efetuar avaliações dos riscos de segurança (...) quando optarem por estudar em estados relevantes dos Estados Unidos num futuro próximo", acrescentou no aviso.

A proposta de lei do Ohio, que visa sobretudo iniciativas em matéria de diversidade, equidade e inclusão nas universidades públicas do estado, também faz referência à China para impedir a "influência estrangeira".
“Fiquem tranquilos! Tudo vai correr bem”
As taxas aplicadas por Donald Trump provocaram uma guerra comercial global que tem afetado os mercados e aumentado a probabilidade de recessão.

No próprio núcleo republicano, alguns deputados mostram-se reticentes em relação à estratégia de Trump. No entanto, Donald Trump desvalorizou o colapso dos mercados, ao mesmo tempo que tem dado sinais contraditórios sobre se as tarifas se manterão a longo prazo. O presidente norte-americano descreveu-as como "permanentes", mas também se tem gabado de que os líderes têm estado a pressionar para pedir negociações.

“FIQUEM TRANQUILOS! Tudo vai correr bem. Os EUA serão maiores e melhores do que nunca!", escreveu o presidente norte-americano nas redes sociais.

Trump argumentou que as tarifas ajudarão a reconstruir uma base industrial que se deteriorou ao longo de décadas de liberalização comercial. Esta quarta-feira, o presidente norte-americano afirmou que um "número recorde" de empresas está a regressar aos EUA, apesar da turbulência.

“Este é um ÓTIMO momento para mudar a sua EMPRESA para os Estados Unidos da América, como a Apple e tantas outras, em números recordes, estão a fazer”, escreveu Trump nas redes socias. “TARIFAS ZERO e conexões e aprovações de energia elétrica/energia quase imediatas. Sem atrasos ambientais. NÃO ESPERE, FAÇA-O AGORA!”, acrescentou.

Desde que Trump anunciou as tarifas na passada quarta-feira, o índice S&P 500 sofreu a maior perda desde a sua criação, na década de 1950. E apesar de esta quarta-feira os índices das bolsas tenham melhorado ligeiramente, prevê-se que a instabilidade nas ações europeias e norte-americanas permaneça.

O CEO da JP Morgan, Jamie Dimon, alertou que uma recessão nos EUA parece cada vez mais provável e estima que há 60 por cento de hipóteses de a economia mundial entrar em recessão até ao final do ano.

A União Europeia aprovou esta quarta-feira a aplicação de tarifas de 25 por cento a produtos norte-americanos dos setores agrícola e industrial, em retaliação às tarifas de 20% dos EUA que entraram em vigor esta quarta-feira.

c/agências
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