Guerra comercial. Pequim insta chineses a "avaliarem os riscos" de viajar para os EUA
O Governo chinês emitiu esta quarta-feira um alerta de risco para os turistas chineses que viajem para os Estados Unidos, citando a "deterioração das relações económicas e comerciais sino-americanas".
Para além disso, o Ministério da Educação de Pequim emitiu um outro aviso, citando uma proposta de lei que está em aprovação pelo parlamento do Ohio e que contém "disposições negativas relacionadas com a China".
Segundo o Governo chinês, a proposta "contém disposições negativas relacionadas com a China e impõe restrições aos intercâmbios educacionais e à cooperação entre universidades chinesas e norte-americanas".
"O Ministério da Educação lembra a todos os estudantes estrangeiros que devem efetuar avaliações dos riscos de segurança (...) quando optarem por estudar em estados relevantes dos Estados Unidos num futuro próximo", acrescentou no aviso.
A proposta de lei do Ohio, que visa sobretudo iniciativas em matéria de diversidade, equidade e inclusão nas universidades públicas do estado, também faz referência à China para impedir a "influência estrangeira".
“Fiquem tranquilos! Tudo vai correr bem”
As taxas aplicadas por Donald Trump provocaram uma guerra comercial global que tem afetado os mercados e aumentado a probabilidade de recessão.
No próprio núcleo republicano, alguns deputados mostram-se reticentes em relação à estratégia de Trump. No entanto, Donald Trump desvalorizou o colapso dos mercados, ao mesmo tempo que tem dado sinais contraditórios sobre se as tarifas se manterão a longo prazo. O presidente norte-americano descreveu-as como "permanentes", mas também se tem gabado de que os líderes têm estado a pressionar para pedir negociações.
“FIQUEM TRANQUILOS! Tudo vai correr bem. Os EUA serão maiores e melhores do que nunca!", escreveu o presidente norte-americano nas redes sociais.
BE COOL! Everything is going to work out well. The USA will be bigger and better than ever before!
— Donald J. Trump Posts From His Truth Social (@TrumpDailyPosts) April 9, 2025
Donald Trump Truth Social 04/09/25 09:33 AM
Trump argumentou que as tarifas ajudarão a reconstruir uma base industrial que se deteriorou ao longo de décadas de liberalização comercial. Esta quarta-feira, o presidente norte-americano afirmou que um "número recorde" de empresas está a regressar aos EUA, apesar da turbulência.
“Este é um ÓTIMO momento para mudar a sua EMPRESA para os Estados Unidos da América, como a Apple e tantas outras, em números recordes, estão a fazer”, escreveu Trump nas redes socias. “TARIFAS ZERO e conexões e aprovações de energia elétrica/energia quase imediatas. Sem atrasos ambientais. NÃO ESPERE, FAÇA-O AGORA!”, acrescentou.
Desde que Trump anunciou as tarifas na passada quarta-feira, o índice S&P 500 sofreu a maior perda desde a sua criação, na década de 1950. E apesar de esta quarta-feira os índices das bolsas tenham melhorado ligeiramente, prevê-se que a instabilidade nas ações europeias e norte-americanas permaneça.
O CEO da JP Morgan, Jamie Dimon, alertou que uma recessão nos EUA parece cada vez mais provável e estima que há 60 por cento de hipóteses de a economia mundial entrar em recessão até ao final do ano.
A União Europeia aprovou esta quarta-feira a aplicação de tarifas de 25 por cento a produtos norte-americanos dos setores agrícola e industrial, em retaliação às tarifas de 20% dos EUA que entraram em vigor esta quarta-feira.
c/agências